Mesada realmente funciona?
Trata-se de uma experiência positiva não apenas para os filhos, mas para toda a família. Do ponto de vista dos pais, além de entenderem melhor os hábitos de consumo e a capacidade de tomada de decisão das crianças, conseguem melhorar a sua própria relação com o dinheiro. Afinal, este é o principal objetivo da educação financeira!
Quando começar?
Em geral, recomenda-se que todas as crianças com mais de sete anos recebam algum tipo de "semanada" ou "mesada". Mas esse é um processo que deve ser conduzido de uma forma natural, já que cada criança tem seu ritmo e é preciso respeitá-lo.
Não associe o pagamento da mesada às atividades pelas quais seu filho é responsável em casa. Ele deve realizar tais tarefas porque isso faz parte das responsabilidades da família e cabe a ele contribuir. Justamente por isso, não deve se sentir "remunerado".
Por outro lado, à medida que a criança cresce e se transforma em adolescente, aí sim você pode considerar a remuneração de algumas tarefas específicas pelas quais já contrata alguma pessoa para fazer. Neste caso, o pagamento pela tarefa simplesmente evidencia a relação entre dinheiro e trabalho.
Oriente, sem decidir pelo seu filho
Para as crianças, convém que os pais ajudem nas contas, de forma que consigam ter uma ideia mais clara de quanto podem gastar por dia. Além disso, vale a pena introduzir o hábito de pesquisar preços, o que acaba ajudando na definição do conceito de caro e barato.
Já no caso dos pré-adolescentes e jovens, ainda que seja sua obrigação orientar seu filho sobre o uso correto de dinheiro e ajudá-lo na avaliação das oportunidades existentes, você deve deixá-lo tomar a decisão final sobre o que fazer com o valor da mesada.
Incentive o hábito de poupar
Estimule a criança a poupar parte da sua mesada. Para tanto, comece introduzindo a noção de objetivos de curto e longo prazo. Esta tarefa pode ser mais divertida se vocês trabalharem juntos: pegue duas folhas de papel e peça para o seu filho desenhar em cada uma delas o seu objetivo de curto prazo e o de longo prazo. Use estes desenhos para encapar duas latas de refrigerante. Com isso, tem dois cofres: para o curto e o longo prazo.
Ajude-o a calcular quanto será preciso poupar para alcançar os dois objetivos. Se você perceber que o seu filho tem dificuldade em poupar parte da mesada, incentive-o a, ao menos, evitar gastar tudo por alguns dias.
Seja firme!
Se a criança gastar todo o dinheiro antes do final da semana (ou mês) e pedir para que você dê mais, seja firme e diga não! Lembre-se que você está ensinando o seu filho a planejar seus próprios gastos. Se você abrir uma exceção, acaba passando a mensagem errada para a criança: de que ela pode gastar, pois sempre haverá mais!
Não importa qual seja o seu padrão de renda, esta não é uma mensagem positiva a se passar. Aprender a controlar gastos é bastante saudável! Quanto antes seu filho entender este conceito, menores serão suas dificuldades para lidar com dinheiro quando for adulto.
A maioria dos especialistas em psicologia econômica já atribui boa parte das características financeiras de uma pessoa à sua educação familiar. Controlar os gastos e planejar a vida financeira é assunto para se aprender com os pais, em casa. Em geral, os filhos de casais com uma situação financeira saudável são mais responsáveis com suas economias e buscam a orientação de especialistas na hora de aplicá-las.
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